"Queria te ver", não posso tocar, mas posso sentir!"

Pra sofrer claro!

Quem acompanha minha história há algum tempo sabe que não tenho nenhuma foto da minha filhinha além da que foi tirada no parto (saindo da minha barriga). Sempre penso que gostaria muito de ter uma recordação da minha pequena, pois ao contrário de muitas amigas, não me permitiram tirar fotos na UTI NEO. Há aproximadamente 4 semanas, tive a brilhante ideia de enviar um e-mail para o hospital onde a Olívia nasceu e ver se eles tem alguma foto dela, mesmo depois do óbito, só para uma recordação, pois as vezes não consigo me lembrar com muita clareza do seu rosto. Pois bem, ontem coloquei minha ideia em prática! Enviei o e-mail ontem a noite, e nem me lembrei disso hoje, até que no período da tarde, fui abrir meu e-mail por outro motivo e estava lá a resposta da Casa de Saúde: 

Boa Tarde! Srta: Roberta,

 

Em resposta ao seu e-mail sugiro que a senhorita entre em nosso site www.casadesaudesantos.com.br e vá até o icone berçário virtual a senha é seu cpf ou numero do prontuário do dia da internação.

 

Todas as fotos ficam armazanas neste icone.

 

Atenciosamente,

No momento que li esta msg, meu coração disparou de tal forma que pensei:_Vou ter um infarte! Minhas mãos tremiam, eu transpirava e mal conseguia lembrar meu CPF para digitar no campo solicitado. Infelizmente não consegui. Liguei imediatamente para o hospital e solicitei o meu número de internação. Além deste número, enviaram também o da Olívia. Digitei os dois com a pessoa ainda na linha e nada. Então coma voz tremula e falha perguntei, mas não tem nenhuma foto, nem mesmo depois que ela foi á óbito? E ela respondeu que só tiram fotos de bebês que vão para o berçário e que jamais tiram fotos dos bebês que vão a óbito. Eu agradeci e me acabei em lágrimas. (detalhe, estava no meio da contabilidade escritório da minha tia, no qual estou ajudando este mês). Postei no Face e logo uma amiga me ligou. Juro, eu tagarela que sou, mal consegui falar. Meu coração tinha tanta esperança. Eu acreditei tanto e me preparei para este momento também. Mas enfim, fui levar um documento para o Xuxu e quando ele viu meu nariz de rena peguntou o que era e me acabei de chorar nos seus braços. Chorei quase tudo que podia e voltei a trabalhar, afinal é como diziam na minha escola: Mente vazia, oficina do diabo! 

Não posso dizer que estou conformada, pois não estou. Queria muito uma foto da minha filhinha. Para me lembrar do seu rosto tão lindo e angelical. Quem sabe Deus não "não mexe seus pauzinhos" e resolve me dar essa alegria? Mas se não der certo, tudo bem, eu aceito a vontade de Deus e do Universo, é como disse a Ritoca no Face: _é melhor assim! E as vezes é mesmo! Quem sabe eu não ficaria remoendo essa dor a cada dia e tudo não seria pior, afinal esta ferida, jamais será cicatrizada e não precisa de ajuda para doer, ela o faz por si só.

Qual a móral da história? Realmente meu amor pela Olívia "é como o vento, não posso ver, não posso tocar, mais posso sentir!"

Com carinho,

Roberta

"é como o vento, não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir!"