É tão fácil escrever sobre momentos bons e leves da maternidade e coisas afins, mas quando a conversa é mais pesada, as palavras faltam até pra mim e olha que isso é dificílimo de acontecer hihi
Sentir na pele os desafios de ter uma criança com alergia alimentar em casa é viver em meio a uma guerra diária. Os profissionais de Marketing não brincam em serviço e o incentivo ao consumo é algo que foge ao nosso controle e nos engole!
Já prestou atenção na disposição das guloseimas que ficam na fila do caixa das padarias? E dos supermercados? Já percebeu que ficam exatamente á altura dos olhos dos pequenos? Agora pense: o que se passa na cabeça de uma criança quando vê tudo aquilo? Ela quer! Simplesmente quer! Na maioria das vezes ela nem sabe do que se trata, mas ela quer, afinal foi estrategicamente colocado lá para aguçar a vontade dos consumidores (neste caso crianças).
Agora que já imaginamos a uma situação, vamos imaginar outra talvez um pouco mais pesada:
Um alcoólatra (adicto) precisa de apenas um gole para cair e muitos deles, evitam festas, locais onde tenha bebida á disposição e travam uma luta diária com o vício. Agora pensem: Se todos os dias, eles forem expostos a balcões repletos de bebidas convidativas, ao alcance das mãos e dos olhos,.. não será mais difícil que ele se mantenha firme no "um dia de cada vez" ou só por hoje não vou beber? Vamos dificultar ainda mais as coisas? Esse alcoólatra tem apenas 5 anos!
E ai? Peguei muito pesado? Acha que o exemplo não tem nada haver? Realmente pode até ser, mas é assim que me sinto quando preciso fazer minha filha de 5 anos entender que não pode comer aquelas coisas lindas, coloridas e aparentemente mega saborosas do balcão da padaria, da fila do supermercado ou da mesa de doces da festinha... essa última é doída viu? Vocês já viram as mesas de doce das festa de hoje??? Aquilo não é de Deus não minha gente! Tudo personalizado, até a garrafa de água com tema da festa e normalmente é sobre o personagem da vez e claro, até eu que sou mais boba quero tudo pra mim!
Confesso que já deixei de ir em várias festinhas para não expor minha menina e não vê-la sofrer, mas também já chorei muitas vezes com ela quando não podia oferecer nada da mesa linda e só pedia para aquilo tudo ser um pesadelo e acordar logo.
Ah! mas não posso deixar de ressaltar, aquelas festas que fomos e recebi uma ligação ou mensagem que encheram meu coração de alegria e meus olhos de lágrimas normalmente com os dizeres: _Oi Rô tudo bem? Estou aqui organizando o cardápio da festinha e queria saber se a Manu pode comer...
Gente é sério! Quando é assim, eu largo tudo e vou! Largo tudo e vou prestigiar essa pessoa tão querida e que se deu ao trabalho de pensar de forma tão carinhosa na minha filha e isso não tem preço gente, sério!!! Gratidão á todos que pensam nela. Gratidão eterna á vocês <3
Agora, estou vivendo outra batalha: fazer ela entender que a irmã não tem restrições e pode comer qualquer coisa, principalmente quando elas não estão conosco... elas tem personalidades muito diferentes e uma das características da Manuela é não querer desagradar ninguém. As vezes quando elas vão visitar alguém e tem alguma coisa que ela não pode comer e a Helena pode, ela observa e não fala nada, mas quando chega em casa diz: "Mamãe, fulano comprou tal coisa pra Helena e só fiquei olhando porque não podia comer. Depois você faz um que eu possa comer?"
É gente, não tem sido fácil viu? A vontade era mudar para um mundo perfeito, mas como mundo perfeito não existe, vamos indo assim mesmo e tentando sobreviver da melhor forma possível, fazendo sempre a nossa parte e esperando que no final dê tudo certo!
Este post foi só um desabafo e talvez ninguém se identifique com ele, ou talvez não né? vai saber!
Beijocas,
Roberta Marques - Coisas da Mamãe
"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"
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