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E é em busca destes Re's que sigo desde que me tornei mãe e aprendi que para estar junto não é preciso estar perto, mas sim dentro do coração.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Perda Gestacional e Neonatal - Um breve relato de muitos

Hoje é o Dia Internacional da Sensibilização da Perda Gestacional e Neonatal.

Durante minhas duas perdas eu vivi na pele o quão necessário este dia é! Vivi a perda das duas formas e te garanto que nenhuma delas foi fácil. Muitos devem acreditar que perder um bebê ainda durante a gestação é mais fácil que um filho crescido, porém eu te digo com propriedade: Dói! Dói da mesma forma!

Em 19 de janeiro de 2011, enterrei minha primeira filha, Olivia.
Fiquei sem chão com sua partida e aprendi na marra o quanto estamos despreparados para lidar com a morte prematura.

Recebi conselhos que doíam demais. Vou listar alguns para que vocês jamais repitam:

- Vocês são jovens, podem ter quantos filhos quiserem!
- Ainda bem que foi agora né? Assim não pegou amor.
- Esquece isso! Você precisa seguir em frente.
- Vira essa página. 
- Foi melhor assim. Ja pensou se ele viesse com problemas?
- Isso é seu carma de vidas passadas.
- A culpa foi sua que não se cuidou direito.
- Coitada de você. Não conseguiu segurar o bebê.

e por ai vai....

Algumas dessas coisas eu ouvi, não uma, mas muitas vezes!
Outras, são relatos de amigas.

Sei que a intenção é ajudar, mas dói gente!

Quando perdi o segundo bebê, exatamente em Outubro de 2017, foi ainda pior! O descaso das pessoas perante a nossa dor... parecia que nada aconteceu ou que eu estava me fazendo de vítima! Quem me dera... Mas cheguei a conclusão de que você só sabe o que é, depois que vivencia. Não é possível descrever em palavras a dor de perder um filho. Seja ele com 5mm, 50 cm ou 50 metros! A dor é a mesma. Não é possível mensurar e nem comparar. Dor é dor! A sua não é maior que a minha e vice-versa.

Precisamos aprender o respeito á dor do outro. Pensar em como o outro se sente e como ele gostaria de ser tratado.

Eu tive apenas uma oportunidade de segurar minha filha no colo, mas a perdi! Assim como não dei um cheiro no seu cangotinho, nem um beijo para me despedir,... ah! como eu queria! Mas naquele momento eu não conseguia pensar em nada. A dor me cegou e imobilizou os pensamentos. Fiquei sem reação e só depois é que me dei conta daquilo que perdi, perdi pra sempre!

Desculpe, preciso parar por aqui. Depois eu volto. Eu sempre volto, mas meus filhos, ele não voltam nunca mais.


Roberta
"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"


domingo, 14 de outubro de 2018

Primeiro pedaço de bolo e Cura da APLV

Essa semana fomos a alergista levar os resultados dos exames da Manuela.
Meu coração estava pequenininho, pois eu li um dos resultados e não estava normal... mas eu decidi não ficar pesquisando sobre no google, só perguntei pra uma amiga enfermeira se ela sabia do que se tratava, mas fora isso, nada mais!

A Dra começou a ler os resultados em silencio e depois foi explicando um por um.
Aquele que eu vi era um marcador de alergia respiratória (Rinite, sinusite,...), mas os outros, os alimentares estavam todos NORMAIS!

Conforme a dra ia falando, minha garganta ia apertando, meus olhos mareando e quando eu já não conseguia mais disfarçar, o Xuxu diz: esta chorando amor?
Pronto! Não consegui mais conter a emoção! Manuela veio me questionar e eu disse que era choro de alegria, então ela me abraçou <3  A medica ficou me olhando, sem entender nada rs Era a segunda consulta que estávamos indo.

Graças a Deus Manuela não tem mais nenhuma alergia alimentar e pode comer de tudo, sem se preocupar em ler rótulos, perguntar pra um adulto sobre os ingredientes e nem passar vontade de nada. Nada!

Eu e o Xuxu saímos radiantes do consultório, mas a Manuela não. Ela esta apreensiva e com medo. Disse que não queria parar de comer salada rs Tive que explicar a ela que não precisava mudar a forma que se alimenta, mas que a partir de agora, poderá acrescentar o alimento que quiser, sem preocupação alguma <3

Eu entendo sua preocupação. A vez que ficou internada por reação alérgica foi muito traumatizante pra ela e o medo de passar por aquilo outra vez, ainda esta latente dentro dela, mas aos poucos ela esta entendendo e assimilando sua nova condição e ontem experimentou seu primeiro pedaço de bolo "normal"de aniversário. Foi lindo vê-la comer! Cada colherada ela soltava; hum! Que delícia mãe! <3



Depois de hoje, de ver minha filha tão grata e feliz por comer um simples pedaço de bolo, refleti um pouco sobre como sou ingrata com minha vida e como trabalhar a gratidão é necessário! Temos tanto e valorizamos tão pouco... posso comer de tudo, tenho braços e pernas, caminho, falo, vejo, sinto,... quantas pessoas morreriam para ter o que tenho! E não digo de bens materiais não! Estou falando do básico mesmo sabe? 

Sempre sonhei com o dia em que minha filha estaria curada e finalmente, após 6 anos e 6 meses, essa cura chegou! 

Filha, que você tenha sabedoria para escolher os alimentos certos para seu organismo e que você seja tenha saúde em abundância! Te amo filha! Estou e sempre estarei ao seu lado.


Até mais povo!


Roberta
"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir!"







sábado, 13 de outubro de 2018

Troca dos dentes de leite e a Fada do Dente

A maternidade nos coloca frente a frente com muitos desafios que não imaginamos, muito menos que estamos preparadas. Para mim, um dos desafios da vez é a TROCA DOS DENTES!

Gente, eu simplesmente, NÃO TENHO CORAGEM DE TIRAR o dente dela, no estilo que tirei os meus rs

Lembro que as modalidades aqui foram muitas!
Teve linha amarrada ao dente e fechadura da porta, linha no dente e era só puxar, rodar o dente e tirar,  comer maçã,... provável que teve outros, mas eu não me lembro agora rs a única que não rolou por aqui foi a clássica: IR AO DENTISTA! hahaha afinal, aqui era infância raiz né gente? E raiz que se preze não tem esses tipos de "frescuras". (todo meu respeitos aos profissionais Dentistas. Prezo e respeito muito trabalho de vocês viu? só que naquela época, levar criança ao dentista pra remover o dente de leite era coisa de rico)

Voltando aos dias de hoje!

Manuela estava com 3 dentes moles e dois deles faz um tempo já, porém, eu não fazia ideia de qual é o "ponto certo"de tirar ou levar ao dentista e fiquei adiando, pois achava que ainda não estava na hora, porém ontem ela começou a reclamar um pouco mais e o dente de cima estava até um pouco torto. Como era feriado seguido do final de semana, achei melhor pedir ajuda aos universitários, que no caso, é minha comadre, mãe de três crianças que já passaram por essa fase, por tanto ela tem muito mais experiência no assunto! Quase PHD!! hahaha Nossa simbiose é grande e ela me ligou pelo FaceTime. Claro, aproveitei a oportunidade para mostrar os dentes da Manu e marcamos de ir la hoje para realizar os trabalhos, mas Manu acabou se empolgando um pouco com isso de mexer no dentre para mostrar o quão mole estavam, que enquanto eu acertava os últimos detalhes da operação, ela mesma foi lá e tirou! (pensa num coração de mãe aliviado por não ver sofrimento e sangue! hahaha)

No final, ver minha coisinha tão orgulhosa de si, pela coragem e por não sentir dor, encheu me coração de orgulho, amor e gratidão! 

Ela ficou muito ansiosa para esperar a Fada do Dente e já queria ir deitar (mesmo sem estar com sono kkk) só para pegar o dimdim da pobre Fadinha, que no caso, não estava esperando a extração deste dente e não se programou para "busca-lo", se é que você me entende rs

Foi então que meu incrível marido se lembrou que tínhamos alguns trocados na bolsinha de viagem e como vamos viajar em novembro e ela esta juntando dinheiro, dei 5 dólares (eita que dente caro! HAuHAuUAhUAhua) mas junto, coloquei um bilhete da fada do dente, apreciando sua coragem e ela ficou radiante! 



Não sei como funciona ai, mas aqui, permito que elas vivam contos de fadas, magia, sonhos e tudo mais que tiver direito, afinal, passa tão rapidinho e logo logo a realidade chega chegando, pesada e forte, então um pouquinho de magia não faz mal a ninguém não é?


Por hoje é só pessoal! Até mais ;)


"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir!"

Roberta

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Como faz pra não sofrer enquanto nossos filhos sofrem?

Sabe aquele ditado "Em casa de ferreiro, o espeto é de pau"? Pois é! Estou vivendo na prática.

Sempre gostei de de estudar Psicologia e Psicologia do Desenvolvimento Infantil, me formei em Pedagogia, fiz curso de Psicanálise,... mas como faz pra colocar todo conhecimento em pratica dentro da minha casa? Alguém me diz?

Agora me fala: como colocar em pratica, quando envolve seu filho???

Bom vou explicar...

Manuela sempre teve dificuldade em se relacionar com os amigos na escola. Na verdade, seria melhor colocar que "eles sempre tiveram dificuldades em lidar com ela" rs e ela tem dificuldade em administrar os sentimos que essa situação traz.

Desde que a trocamos de escola, ela tem conseguido "resolver bem" essas emoções e fala sobre elas com clareza e discernimento (dentro da idade), porém, ela tem tido uma certa dificuldade para trabalhar isso nos últimos tempos e eu notei que tenho tido mais dificuldade que ela!!! 

Todas as vezes que conversamos á respeito, meu coração dói tanto quando escuto seus relatos... Dói ouvir que um amigo não quis brincar com seu filho. Dói escutar que riram dela por qualquer motivo. Dói saber que ela não é a mais popular da turma, mas o que mais dói é saber que ela busca ser aceita e se sujeita a certas "humilhações" só para se sentir aceita... Dói e me traz lembranças de que em algum momento eu fui assim e também aceitei coisas que não eram legais só pra me sentir parte de um grupo.

Então, quando conversamos eu preciso ter maturidade para entender que são apenas crianças e que faz parte da formação e do crescimento delas, que ela precisa aprender a lidar com esses sentimentos e essas pressões, que não posso deixar meu lado primitivo falar mais alto e sentir raiva da criança que a maltrata e que a vida é assim! A todo tempo nos deparamos com situações que nos deixam desconfortáveis e precisamos aprender a lidar com as emoções que estes momentos nos trazem. ah! E já ia me esquecendo... não é porque vivi isso na pele, que ela vai viver e sentir as mesmas coisa que eu! Mas olha, dói! Dói muito!

Tudo bem! Já falei sobre o que me aflige, porém, só desabafar não vai resolver o problema, certo? (me ajuda rs) Quais atitudes vou tomar em relação a isso?

Primeiro de tudo: marquei um horário na escola para entender melhor essa dinâmica, afinal, eles sabem melhor do que eu como ela e os amigos se comportam, também se os amigos em questão, estão passando por um período mais difícil (isso é muito importante identificar viu gente?), como solicitei o agendamento hoje, ainda não tenho o feedback da escola e não posso falar sobre, mas tem algo que posso fazer e vai refletir muito em toda vida da Manu: TRABALHAR SUA AUTO-ESTIMA!

Realizar este tipo de trabalho com ela faz total diferença, pois com a auto-estima baixa, ela aceita que não é boa o suficiente, capaz o suficiente, inteligente o suficiente,... e por ai vai!

Enfim, vamos ver o que o futuro nos guarda e enquanto isso, vou mostrar pra minha Coisinha o quanto ela é incrível e que quem não á ama, não á merece!


Até mais!


Roberta Marques
"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir!"



segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Sobre amar o próximo filho...

Como minha maternidade começou do avesso, amar minha segunda filha foi facílimo, mas com minha terceira filha as coisas começaram um pouco diferente...

Tinha medo de não amar a Helena igual eu já amava a Manuela, afinal era tanto amor que eu realmente não conseguia entender como seria possível amar outro filho da mesma forma. Tantas coisas passavam pela minha cabeça e eu me sentia muito culpada por pensar desta forma sabe?

Mas o tempo foi passando e finalmente entrei em trabalho de parto! Estava acontecendo e não dava mais pra esperar, era tudo ou nada! E então ela nasceu e com apenas alguns segundos de vida me ensinou que amor de mãe não se compara e nem se divide, amor de mãe se MULTIPLICA!


Se você assim como eu sente medo de não conseguir amar o próximo filho da mesma forma, não se preocupe, o amor acontece e do nada você vai rir disso tudo em pouquíssimo tempo! Hoje eu não consigo imaginar minha vida sem meus amores.

O amor não se explica. A gente ama e fim!



"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"


Até mais!


Roberta Marques

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Meu chamado!

Eu juro que tento não voltar mais aqui, porém, não consigo!

O blog já não tem mais tanta visibilidade como antes, poucas pessoas veem, mas me faz tão bem escrever e compartilhar "minha vida"que decidi me dedicar a isso de verdade!

Este mês, o blog faz 8 anos! Meu Deus! 8 anos! O tempo voou ao mesmo tempo que passou em passos de formiga preguiçosa (se é que existem formigas preguiçosas rs).

7 anos após a morte da Olívia, ainda não entendi meu "Para quê" disso tudo, mas uma coisa é clara e não vou mais lutar contra ela: ajudar outras pessoas com minha vivência e mostrar a elas que sim! Podemos sorrir novamente após perder um filho!

Esta é apenas uma das muitas missões que minha bailarina me deixou e não vou mais lutar contra isso, quero abraçar essa causa e se uma única pessoa for tocada por meus relatos, dois mais simples aos mais complexos, serei uma pessoa eternamente grata por ser a escolhida dela!

"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir!" e é em nome do amor e tudo o que ele me trouxe, que voltei e agora pra ficar! 💖

Então é isso! Até o próximo post!


Roberta Marques

terça-feira, 10 de julho de 2018

Férias longe de casa!

Ontem minha sogra veio buscar as meninas para passar um dia na casa dela.
Elas estavam super animadas esperando a vovó chegar e a Manu nem queria sair para almoçar com medo de quando a vovó chegasse, não tivesse ninguém em casa rs

Quando a vovó chegou foi uma festa! Arrumamos tudo no carro, fiz aquele sermãozinho básico pra elas (sou mãe né gente? Tem que rolar um sermãozinho básico que as crianças conhecem de cor e até falam junto comigo hahahaha) e elas foram...

Fiquei olhando o carro dobrar a esquina e escutando aquela gritaria que elas estavam fazendo e parecia uma boba, sorrindo sozinha na calçada rs

Entrei tão aliviada sabe? Agradecendo a Deus pelas filhas incríveis que tenho e por elas serem tão amadas e queridas! A agenda delas para as férias esta lotada e tem gente triste comigo por "não ter vaga" pra eles rs

Pensei muito em como ser mãe da Olívia mudou a minha forma de maternar.
Talvez, se nada tivesse acontecido com ela, minhas filhas não teriam passado uma noite sequer longe de mim. Talvez eu seria ainda mais super protetora do que sou (pausa pra você ficar boquiaberto com essa notícia rsrs). Todos os dias, travo uma luta com as muitas mães que moram em mim e vencer a mãe super protetora é muito difícil. Luto diariamente com o medo de perder outro filho e as vezes me apego a coisas mínimas, mas sou humana e erro constantemente.

Ter a consciência de que nem tudo esta sob meu controle é uma coisa, colocar em prática é outra completamente diferente! É trabalhoso, dói, traz vários sentimentos conflitantes, mas tudo vale a pena quando vejo cenas como a de ontem. Saber que estão felizes me traz paz e um coração de mãe em paz, significa que fizemos o nosso melhor.

Aproveitem suas férias minhas meninas! Sejam felizes! Divirtam-se! A mamãe estará esperando vocês quando voltarem!


Roberta
"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Estenda suas mãos...

Outro dia fiz uma postagem no facebook sobre aquele vídeo de um carro arrancando e deixando uma criança gritando do lado de fora.

Quando assisti ao vídeo, confesso me meu coração sangrou e meus olhos marejaram. Confesso que na hora, por segundos eu pensei: Meu Deus! Como uma mãe pode fazer isso com seu próprio filho? Mas assim que o vídeo terminou e eu coloquei novamente para assistir, comecei a questionar algumas coisas e levantar hipóteses que vou expor, para quem sabe debatermos sobre:

1) O que estava passando pela cabeça da mãe para fazer aquilo com  criança?

2) Porque a pessoa ficou filmando escondido e não foi interferir? Porque fazer escondido pelo vão da janela? (Confesso que não entendo como alguém pode parar para filmar algo desse tipo e não tem a atitude de ajudar, mas enfim...)

3)Será que aquele carro não estava sendo roubado, os bandidos deixaram a criança na rua e levaram a mãe? (Isso justificaria o desespero da criança e os arranques curtos do carro)

4) Será que a mãe estava em seu estado natural de sanidade ou estava tendo algum tipo de surto ou coisa do tipo? (Depressão, surto psicótico, ou algo relacionado)

5) A mãe simplesmente quis castigar a menina por algum motivo e teve a infeliz ideia de deixa-la para trás, porque não? Mães também erram.


Enfim, existem tantas possibilidades! Existem tantas formas de enxergar uma situação, tudo dependo do ângulo que se vê e neste caso específico, estávamos olhando aparentemente de forma escondida pelo vão da janela.

Agora vamos lá!
Eu Roberta, no momento que escrevo este texto, teria coragem de abandonar um de minhas filhas do lado de fora do carro? NÃO! Mas isso, eu estou falando por mim! Hoje e agora! Será que em uma situação com altos índice de stress eu faria? NÃO SEI! E não adianta me olhar torto por isso não viu? Já parou pra pensar em quantos casos de assassinato vemos por ai em que as pessoas dizem não acreditar que o assassino tenha feito isso??? Sabe por que? Porque somos capazes de coisas que até mesmo nós desconhecemos! Somos humanos!

O que me deixou muito assustada diate deste episódio, nos compartilhamentos e nos cometários da minha pagina foi o seguinte: 

As pessoas não olhavam para a situação por outros ângulos, somente escondido pelo vão da janela. Na verdade, elas nem tentavam olhar, afinal é mais fácil apontar o dedo e julgar ao invés de estender as mãos e ajudar! 
Sem perceber, pessoas boas e que jamais teriam coragem de "abandonar seus filhos" como aquela mulher fez, disseminavam o ódio e desejavam a morte daquela mãe e algumas pessoas ainda diziam que ela deveria morrer da forma mais cruel e mais, li comentários de pessoas desejando que ela "queimasse no inferno"! Gente!!! Parem! Então vocês não tem coragem de deixar a criança para o lado de fora do carro, mas desejam a morte de uma pessoa? Vocês realmente acham que esse sentimento esta correto? Então vocês cristãos (pois para desejar que ela quime no fogo do inferno você acredita em Deus e no Diabo) desejam a ela a pior penitência que podemos receber, sem ao menos dar a ela o direito de se explicar? E o amor que Deus fala? E o perdão? E a compaixão ao próximo fica onde? Desejar matar alguém agrada o coração de Deus?

Cada dia mais, principalmente nas redes sociais, disseminamos o ódio sem ao menos perceber! Destruímos vidas apontando nossos dedos "puros", ao invés de estender nossas mãos impuras e calejadas para ajudar o outro. Ninguém esta livre de erros. Não estou dizendo que a atitude dela foi certa ou errada, somente que devemos prestar mais atenção as nossas e fazer realmente a diferença que queremos ver no mundo. 



Mais amor, por favor!

E você? Tem um poto de vista diferente do meu? Compartilhe comigo e vamos conversar 
á e com respeito!


Até mais.

Roberta Marques
"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

sobre os tombos que a vida me deu...

Este final de ano foi bem pesado!

Perdi o bebê em outubro, meu avô em novembro e minha vó em dezembro! Foi punk!

Sempre tive uma ligação muito forte com meu avô. Eu sempre dizia que se minha vó não tivesse chegado primeiro, teria me casado com ele rs

Meu vô tinha uma sabedoria incrível, era um inventor nato! Com a pouca escolaridade que tinha, era PHD formado pela escola da vida. Quanta falta ele faz...

Minha vó era daquele tipo que você ligava e dizia: Vó, posso almoçar ai? E em meia hora ela fazia um banquete que nem em uma semana eu conseguiria fazer.
Me ligava todos os dias e me falava as mesmas coisas... mas eu gostava sabe? Confesso que as vezes ficava irritada, pois se ela não conseguisse falar na hora, sair ligando pra todo mundo querendo saber de mim e "das menininhas" como ela dizia rs

Ah meus velhinhos... que falta eu sinto de vocês! 
Sorte da Olívia ter os Bisavós por perto... sorte!

Agora tenho minha vó por parte de mãe aqui conosco e domingo agora vamos fazer um ensaio fotográfico com ela. Estou bem animada! Acho que será um momento lindo e com recordações incríveis <3

Pois é pessoas, por aqui vou me recuperando dos tombos que a vida me deu e agradecendo por todas oportunidades que ela me dá!

Beijocas,


Roberta Marques
"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Pós aborto - voltar a rotina

Helloooo!!

Vou falar as coisas que vivi após a perda do bebê...

O mais difícil é contar aos outros o que aconteceu. As pessoas ficam desconcertadas e por incrível que pareça, as vezes precisamos "conforta-las". Engraçado né? Mas é a realidade. Nós não estamos preparados para a morte, independente se ela vem de forma repentina ou "avisada", como no caso de uma doença terminal. Simplesmente não estamos preparados e ponto!

Outra coisa engraçada é que no meu caso, algumas pessoas tentando me consolar dizem: 

*Nossa! Ainda bem que foi no começo né? 
*Poxa, sorte que você é forte e já passou por coisa pior!

dentre outras coisas... Gente! Queria mesmo encontrar essa fortaleza que algumas pessoas vêem em mim, sério! Mas enfim,..

Voltar a rotina também não é tão fácil assim... as pessoas nos olham com pena e se não falam, agem de forma estranha, até se acostumarem com a ideia rs

Já em casa, nós havíamos contato para as meninas sobre a espera do bebê, mas sinceramente não consegui contar a elas, principalmente para Manuela sobre o que aconteceu. Ela é muito emotiva e a perda da irmã que ela nem chegou a conhecer, é algo que mexe muito com ela e sempre conversamos a respeito. Estou disposta a falar, mas se ela chegar a perguntar, caso contrário, não sei se vou falar sobre.

É bem complicado lidar com tudo o que envolve o aborto em si, não é apenas o físico, mas o emocional, psicológico e social. É preciso lidar com essas 4 esferas e o apoio de outras pessoas é fundamental para que no final, a gente consiga levantar a cabeça, cuidar da ferida e seguir em frente!

Se você já viveu uma perda, conta pra mim!
Pode ser por aqui ou por email
coisasdamamaeblog@gmail.com
Vou adorar escutar a sua história <3

Até mais,


"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"

domingo, 7 de janeiro de 2018

Processo de Aborto e curetagem

Hello!
Como vão as coisas?

Pois bem, vou relatar agora como foi o processo do aborto e a curetagem.

Minha mãe chegou em nossa casa na sexta a noite (mãe tem 6º sentido mesmo!!) e no sábado por volta de 6h da manhã acordei sentindo um pouco de cólica. Eu já esperava essa cólica e tomei a medicação conforme a médica havia mencionado. Eu já estava com um sangramento suave e por isso de absorvente. Até aí ok! Me deitei novamente e a dor começou a fica um pouquinho mais forte. Eu fiquei deitada e tossi, nesse momento senti sair um pouco mais do sangue (tipo de menstruação mesmo), mas de repente, senti sando uma quantidade grande de sangue e fui ao banheiro. Quando olhei, eu estava com muito sangue, mas muito mesmo! Na hora chamei minha mãe (meu marido não consegue lidar muito com sangue) e nisso, tirei a roupa e entrei no box. Neste momento eu não fazia ideia do que estava por vir!!!

Após entrar no box, começou a escorrer sangue pelas minhas pernas e do nada escuto um barulho de algo caindo. Era um coagulo enorme! Espirrou muito sangue e eu pensei que era o Bebê. Foi chocante! Comecei a chorar e o que parecia muito sangue, na verdade não era nada, muito sangue foi quando esse primeiro coagulo saiu. Vocês não tem noção do que passei! Era muito, muito muito, sangue e uma dor incontrolável! Naquele momento a dor física se confundia com a dor emocional e eu não conseguia raciocinar direito. Me sentei no vaso sanitário, pois estava perdendo muito sangue e ficando fraca, mas o sangue não parava e os coágulos também não! Era assustador!

Eu estava me contorcendo de dor e só pensava em deixar a água quente do chuveiro cair sobre mim para aliviar aquela sensação horrível. Me levantei e fui em direção ao chuveiro, só deu tempo de abir e caí. Neste momento minha mãe se desesperou, e meu marido precisou vencer o medo para me ajudar e conseguiram me colocar em pé novamente.

Para vocês terem noção da quantidade de sangue que saía, minha mãe pegou uma fralda da Helena pra me dar e menos de 5 minutos depois eu precisei trocar para ir ao hospital.

Não me lembro muito bem do trajeto até o hospital, mas me lembro de chegar e ser levada as pressas para o PS. O médico me olhou, pediu US e me levou para sala de medicação. Nada me ajudava e ador só piorava. Eu estava com muito medo do hospital, pois já sofri violência obstétrica e o que não precisava naquele momento era de alguém menosprezando meus sentimentos e minha dor, mas o que aconteceu foi muito contrário! Uma equipe extremamente humanizada me acolheu com tanto amor e compaixão que não consigo descrever em palavras.

Me lembro da voz doce da enfermeira dizendo, fique tranquila, respira, eu estou aqui e vai ficar tudo bem! Ela fez total diferença neste momento.

Lembro que fiquei extremamente incomodada com o fato de estar la me contorcendo de dor, ao lado de gestantes e não queria assusta-las. Em lágimas pedi a esta enfermeira que me levasse para outro lugar, pois elas não mereciam presenciar aquilo e e a dor era demais para eu me controlar, ela prontamente atendeu e me levou para um sala de cardiotoco.

Apesar da quantidade de sangue e coágulos perdidos, no breve US que fiz (não conseguia ficar parada para médica fazer o exame, ficou constatado que o saco gestacional ainda não havia saído e infelizmente precisei ficar internada para curetagem. Ainda esperaram até o dia seguinte (por minha vontade eu não queria passar por nenhum procedimento, mas não foi possível. No outro dia pela manhã eu fiz a curetagem.

Outra grata surpresa que tive, não sei se é assim com todos, mas o médico me explicou sobre a anestesia e me fez dormir. Eu não vi nada. Tinha medo do que veria, mas foi super tranquilo e acordei já estava no quarto.

Como eu já havia recebido á noticia do aborto fazia mais de uma semana, meu coração já estava mais tranquilo e foi menos difícil passar por tudo isso (emocionalmente falando)
Toda a equipe do hospital foi incrível comigo e tornaram essa experiencia menos traumática.

Após a alta, fui pra casa e comecei a me sentir mal. Achei que era por ter perdido muito sangue e ainda levei mais uns dias com esse mal estar e uma dor de cabeça incontrolável, até o dia que não deu mais e voltei ao hospital. Chegando lá, me diagnosticaram com reação da anestesia (tive na primeira cesárea também), tomei medicamentos e não foi preciso fazer o procedimento no centro cirúrgico (graças a Deus)

O post já ficou bem graaaaande!! No próximo, vou falar como foi o depois disso tudo.


Até mais!


"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"