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E é em busca destes Re's que sigo desde que me tornei mãe e aprendi que para estar junto não é preciso estar perto, mas sim dentro do coração.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Pós aborto - voltar a rotina

Helloooo!!

Vou falar as coisas que vivi após a perda do bebê...

O mais difícil é contar aos outros o que aconteceu. As pessoas ficam desconcertadas e por incrível que pareça, as vezes precisamos "conforta-las". Engraçado né? Mas é a realidade. Nós não estamos preparados para a morte, independente se ela vem de forma repentina ou "avisada", como no caso de uma doença terminal. Simplesmente não estamos preparados e ponto!

Outra coisa engraçada é que no meu caso, algumas pessoas tentando me consolar dizem: 

*Nossa! Ainda bem que foi no começo né? 
*Poxa, sorte que você é forte e já passou por coisa pior!

dentre outras coisas... Gente! Queria mesmo encontrar essa fortaleza que algumas pessoas vêem em mim, sério! Mas enfim,..

Voltar a rotina também não é tão fácil assim... as pessoas nos olham com pena e se não falam, agem de forma estranha, até se acostumarem com a ideia rs

Já em casa, nós havíamos contato para as meninas sobre a espera do bebê, mas sinceramente não consegui contar a elas, principalmente para Manuela sobre o que aconteceu. Ela é muito emotiva e a perda da irmã que ela nem chegou a conhecer, é algo que mexe muito com ela e sempre conversamos a respeito. Estou disposta a falar, mas se ela chegar a perguntar, caso contrário, não sei se vou falar sobre.

É bem complicado lidar com tudo o que envolve o aborto em si, não é apenas o físico, mas o emocional, psicológico e social. É preciso lidar com essas 4 esferas e o apoio de outras pessoas é fundamental para que no final, a gente consiga levantar a cabeça, cuidar da ferida e seguir em frente!

Se você já viveu uma perda, conta pra mim!
Pode ser por aqui ou por email
coisasdamamaeblog@gmail.com
Vou adorar escutar a sua história <3

Até mais,


"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"

domingo, 7 de janeiro de 2018

Processo de Aborto e curetagem

Hello!
Como vão as coisas?

Pois bem, vou relatar agora como foi o processo do aborto e a curetagem.

Minha mãe chegou em nossa casa na sexta a noite (mãe tem 6º sentido mesmo!!) e no sábado por volta de 6h da manhã acordei sentindo um pouco de cólica. Eu já esperava essa cólica e tomei a medicação conforme a médica havia mencionado. Eu já estava com um sangramento suave e por isso de absorvente. Até aí ok! Me deitei novamente e a dor começou a fica um pouquinho mais forte. Eu fiquei deitada e tossi, nesse momento senti sair um pouco mais do sangue (tipo de menstruação mesmo), mas de repente, senti sando uma quantidade grande de sangue e fui ao banheiro. Quando olhei, eu estava com muito sangue, mas muito mesmo! Na hora chamei minha mãe (meu marido não consegue lidar muito com sangue) e nisso, tirei a roupa e entrei no box. Neste momento eu não fazia ideia do que estava por vir!!!

Após entrar no box, começou a escorrer sangue pelas minhas pernas e do nada escuto um barulho de algo caindo. Era um coagulo enorme! Espirrou muito sangue e eu pensei que era o Bebê. Foi chocante! Comecei a chorar e o que parecia muito sangue, na verdade não era nada, muito sangue foi quando esse primeiro coagulo saiu. Vocês não tem noção do que passei! Era muito, muito muito, sangue e uma dor incontrolável! Naquele momento a dor física se confundia com a dor emocional e eu não conseguia raciocinar direito. Me sentei no vaso sanitário, pois estava perdendo muito sangue e ficando fraca, mas o sangue não parava e os coágulos também não! Era assustador!

Eu estava me contorcendo de dor e só pensava em deixar a água quente do chuveiro cair sobre mim para aliviar aquela sensação horrível. Me levantei e fui em direção ao chuveiro, só deu tempo de abir e caí. Neste momento minha mãe se desesperou, e meu marido precisou vencer o medo para me ajudar e conseguiram me colocar em pé novamente.

Para vocês terem noção da quantidade de sangue que saía, minha mãe pegou uma fralda da Helena pra me dar e menos de 5 minutos depois eu precisei trocar para ir ao hospital.

Não me lembro muito bem do trajeto até o hospital, mas me lembro de chegar e ser levada as pressas para o PS. O médico me olhou, pediu US e me levou para sala de medicação. Nada me ajudava e ador só piorava. Eu estava com muito medo do hospital, pois já sofri violência obstétrica e o que não precisava naquele momento era de alguém menosprezando meus sentimentos e minha dor, mas o que aconteceu foi muito contrário! Uma equipe extremamente humanizada me acolheu com tanto amor e compaixão que não consigo descrever em palavras.

Me lembro da voz doce da enfermeira dizendo, fique tranquila, respira, eu estou aqui e vai ficar tudo bem! Ela fez total diferença neste momento.

Lembro que fiquei extremamente incomodada com o fato de estar la me contorcendo de dor, ao lado de gestantes e não queria assusta-las. Em lágimas pedi a esta enfermeira que me levasse para outro lugar, pois elas não mereciam presenciar aquilo e e a dor era demais para eu me controlar, ela prontamente atendeu e me levou para um sala de cardiotoco.

Apesar da quantidade de sangue e coágulos perdidos, no breve US que fiz (não conseguia ficar parada para médica fazer o exame, ficou constatado que o saco gestacional ainda não havia saído e infelizmente precisei ficar internada para curetagem. Ainda esperaram até o dia seguinte (por minha vontade eu não queria passar por nenhum procedimento, mas não foi possível. No outro dia pela manhã eu fiz a curetagem.

Outra grata surpresa que tive, não sei se é assim com todos, mas o médico me explicou sobre a anestesia e me fez dormir. Eu não vi nada. Tinha medo do que veria, mas foi super tranquilo e acordei já estava no quarto.

Como eu já havia recebido á noticia do aborto fazia mais de uma semana, meu coração já estava mais tranquilo e foi menos difícil passar por tudo isso (emocionalmente falando)
Toda a equipe do hospital foi incrível comigo e tornaram essa experiencia menos traumática.

Após a alta, fui pra casa e comecei a me sentir mal. Achei que era por ter perdido muito sangue e ainda levei mais uns dias com esse mal estar e uma dor de cabeça incontrolável, até o dia que não deu mais e voltei ao hospital. Chegando lá, me diagnosticaram com reação da anestesia (tive na primeira cesárea também), tomei medicamentos e não foi preciso fazer o procedimento no centro cirúrgico (graças a Deus)

O post já ficou bem graaaaande!! No próximo, vou falar como foi o depois disso tudo.


Até mais!


"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"