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E é em busca destes Re's que sigo desde que me tornei mãe e aprendi que para estar junto não é preciso estar perto, mas sim dentro do coração.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Perda Gestacional e Neonatal - Um breve relato de muitos

Hoje é o Dia Internacional da Sensibilização da Perda Gestacional e Neonatal.

Durante minhas duas perdas eu vivi na pele o quão necessário este dia é! Vivi a perda das duas formas e te garanto que nenhuma delas foi fácil. Muitos devem acreditar que perder um bebê ainda durante a gestação é mais fácil que um filho crescido, porém eu te digo com propriedade: Dói! Dói da mesma forma!

Em 19 de janeiro de 2011, enterrei minha primeira filha, Olivia.
Fiquei sem chão com sua partida e aprendi na marra o quanto estamos despreparados para lidar com a morte prematura.

Recebi conselhos que doíam demais. Vou listar alguns para que vocês jamais repitam:

- Vocês são jovens, podem ter quantos filhos quiserem!
- Ainda bem que foi agora né? Assim não pegou amor.
- Esquece isso! Você precisa seguir em frente.
- Vira essa página. 
- Foi melhor assim. Ja pensou se ele viesse com problemas?
- Isso é seu carma de vidas passadas.
- A culpa foi sua que não se cuidou direito.
- Coitada de você. Não conseguiu segurar o bebê.

e por ai vai....

Algumas dessas coisas eu ouvi, não uma, mas muitas vezes!
Outras, são relatos de amigas.

Sei que a intenção é ajudar, mas dói gente!

Quando perdi o segundo bebê, exatamente em Outubro de 2017, foi ainda pior! O descaso das pessoas perante a nossa dor... parecia que nada aconteceu ou que eu estava me fazendo de vítima! Quem me dera... Mas cheguei a conclusão de que você só sabe o que é, depois que vivencia. Não é possível descrever em palavras a dor de perder um filho. Seja ele com 5mm, 50 cm ou 50 metros! A dor é a mesma. Não é possível mensurar e nem comparar. Dor é dor! A sua não é maior que a minha e vice-versa.

Precisamos aprender o respeito á dor do outro. Pensar em como o outro se sente e como ele gostaria de ser tratado.

Eu tive apenas uma oportunidade de segurar minha filha no colo, mas a perdi! Assim como não dei um cheiro no seu cangotinho, nem um beijo para me despedir,... ah! como eu queria! Mas naquele momento eu não conseguia pensar em nada. A dor me cegou e imobilizou os pensamentos. Fiquei sem reação e só depois é que me dei conta daquilo que perdi, perdi pra sempre!

Desculpe, preciso parar por aqui. Depois eu volto. Eu sempre volto, mas meus filhos, ele não voltam nunca mais.


Roberta
"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"


domingo, 14 de outubro de 2018

Primeiro pedaço de bolo e Cura da APLV

Essa semana fomos a alergista levar os resultados dos exames da Manuela.
Meu coração estava pequenininho, pois eu li um dos resultados e não estava normal... mas eu decidi não ficar pesquisando sobre no google, só perguntei pra uma amiga enfermeira se ela sabia do que se tratava, mas fora isso, nada mais!

A Dra começou a ler os resultados em silencio e depois foi explicando um por um.
Aquele que eu vi era um marcador de alergia respiratória (Rinite, sinusite,...), mas os outros, os alimentares estavam todos NORMAIS!

Conforme a dra ia falando, minha garganta ia apertando, meus olhos mareando e quando eu já não conseguia mais disfarçar, o Xuxu diz: esta chorando amor?
Pronto! Não consegui mais conter a emoção! Manuela veio me questionar e eu disse que era choro de alegria, então ela me abraçou <3  A medica ficou me olhando, sem entender nada rs Era a segunda consulta que estávamos indo.

Graças a Deus Manuela não tem mais nenhuma alergia alimentar e pode comer de tudo, sem se preocupar em ler rótulos, perguntar pra um adulto sobre os ingredientes e nem passar vontade de nada. Nada!

Eu e o Xuxu saímos radiantes do consultório, mas a Manuela não. Ela esta apreensiva e com medo. Disse que não queria parar de comer salada rs Tive que explicar a ela que não precisava mudar a forma que se alimenta, mas que a partir de agora, poderá acrescentar o alimento que quiser, sem preocupação alguma <3

Eu entendo sua preocupação. A vez que ficou internada por reação alérgica foi muito traumatizante pra ela e o medo de passar por aquilo outra vez, ainda esta latente dentro dela, mas aos poucos ela esta entendendo e assimilando sua nova condição e ontem experimentou seu primeiro pedaço de bolo "normal"de aniversário. Foi lindo vê-la comer! Cada colherada ela soltava; hum! Que delícia mãe! <3



Depois de hoje, de ver minha filha tão grata e feliz por comer um simples pedaço de bolo, refleti um pouco sobre como sou ingrata com minha vida e como trabalhar a gratidão é necessário! Temos tanto e valorizamos tão pouco... posso comer de tudo, tenho braços e pernas, caminho, falo, vejo, sinto,... quantas pessoas morreriam para ter o que tenho! E não digo de bens materiais não! Estou falando do básico mesmo sabe? 

Sempre sonhei com o dia em que minha filha estaria curada e finalmente, após 6 anos e 6 meses, essa cura chegou! 

Filha, que você tenha sabedoria para escolher os alimentos certos para seu organismo e que você seja tenha saúde em abundância! Te amo filha! Estou e sempre estarei ao seu lado.


Até mais povo!


Roberta
"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir!"







sábado, 13 de outubro de 2018

Troca dos dentes de leite e a Fada do Dente

A maternidade nos coloca frente a frente com muitos desafios que não imaginamos, muito menos que estamos preparadas. Para mim, um dos desafios da vez é a TROCA DOS DENTES!

Gente, eu simplesmente, NÃO TENHO CORAGEM DE TIRAR o dente dela, no estilo que tirei os meus rs

Lembro que as modalidades aqui foram muitas!
Teve linha amarrada ao dente e fechadura da porta, linha no dente e era só puxar, rodar o dente e tirar,  comer maçã,... provável que teve outros, mas eu não me lembro agora rs a única que não rolou por aqui foi a clássica: IR AO DENTISTA! hahaha afinal, aqui era infância raiz né gente? E raiz que se preze não tem esses tipos de "frescuras". (todo meu respeitos aos profissionais Dentistas. Prezo e respeito muito trabalho de vocês viu? só que naquela época, levar criança ao dentista pra remover o dente de leite era coisa de rico)

Voltando aos dias de hoje!

Manuela estava com 3 dentes moles e dois deles faz um tempo já, porém, eu não fazia ideia de qual é o "ponto certo"de tirar ou levar ao dentista e fiquei adiando, pois achava que ainda não estava na hora, porém ontem ela começou a reclamar um pouco mais e o dente de cima estava até um pouco torto. Como era feriado seguido do final de semana, achei melhor pedir ajuda aos universitários, que no caso, é minha comadre, mãe de três crianças que já passaram por essa fase, por tanto ela tem muito mais experiência no assunto! Quase PHD!! hahaha Nossa simbiose é grande e ela me ligou pelo FaceTime. Claro, aproveitei a oportunidade para mostrar os dentes da Manu e marcamos de ir la hoje para realizar os trabalhos, mas Manu acabou se empolgando um pouco com isso de mexer no dentre para mostrar o quão mole estavam, que enquanto eu acertava os últimos detalhes da operação, ela mesma foi lá e tirou! (pensa num coração de mãe aliviado por não ver sofrimento e sangue! hahaha)

No final, ver minha coisinha tão orgulhosa de si, pela coragem e por não sentir dor, encheu me coração de orgulho, amor e gratidão! 

Ela ficou muito ansiosa para esperar a Fada do Dente e já queria ir deitar (mesmo sem estar com sono kkk) só para pegar o dimdim da pobre Fadinha, que no caso, não estava esperando a extração deste dente e não se programou para "busca-lo", se é que você me entende rs

Foi então que meu incrível marido se lembrou que tínhamos alguns trocados na bolsinha de viagem e como vamos viajar em novembro e ela esta juntando dinheiro, dei 5 dólares (eita que dente caro! HAuHAuUAhUAhua) mas junto, coloquei um bilhete da fada do dente, apreciando sua coragem e ela ficou radiante! 



Não sei como funciona ai, mas aqui, permito que elas vivam contos de fadas, magia, sonhos e tudo mais que tiver direito, afinal, passa tão rapidinho e logo logo a realidade chega chegando, pesada e forte, então um pouquinho de magia não faz mal a ninguém não é?


Por hoje é só pessoal! Até mais ;)


"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir!"

Roberta

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Como faz pra não sofrer enquanto nossos filhos sofrem?

Sabe aquele ditado "Em casa de ferreiro, o espeto é de pau"? Pois é! Estou vivendo na prática.

Sempre gostei de de estudar Psicologia e Psicologia do Desenvolvimento Infantil, me formei em Pedagogia, fiz curso de Psicanálise,... mas como faz pra colocar todo conhecimento em pratica dentro da minha casa? Alguém me diz?

Agora me fala: como colocar em pratica, quando envolve seu filho???

Bom vou explicar...

Manuela sempre teve dificuldade em se relacionar com os amigos na escola. Na verdade, seria melhor colocar que "eles sempre tiveram dificuldades em lidar com ela" rs e ela tem dificuldade em administrar os sentimos que essa situação traz.

Desde que a trocamos de escola, ela tem conseguido "resolver bem" essas emoções e fala sobre elas com clareza e discernimento (dentro da idade), porém, ela tem tido uma certa dificuldade para trabalhar isso nos últimos tempos e eu notei que tenho tido mais dificuldade que ela!!! 

Todas as vezes que conversamos á respeito, meu coração dói tanto quando escuto seus relatos... Dói ouvir que um amigo não quis brincar com seu filho. Dói escutar que riram dela por qualquer motivo. Dói saber que ela não é a mais popular da turma, mas o que mais dói é saber que ela busca ser aceita e se sujeita a certas "humilhações" só para se sentir aceita... Dói e me traz lembranças de que em algum momento eu fui assim e também aceitei coisas que não eram legais só pra me sentir parte de um grupo.

Então, quando conversamos eu preciso ter maturidade para entender que são apenas crianças e que faz parte da formação e do crescimento delas, que ela precisa aprender a lidar com esses sentimentos e essas pressões, que não posso deixar meu lado primitivo falar mais alto e sentir raiva da criança que a maltrata e que a vida é assim! A todo tempo nos deparamos com situações que nos deixam desconfortáveis e precisamos aprender a lidar com as emoções que estes momentos nos trazem. ah! E já ia me esquecendo... não é porque vivi isso na pele, que ela vai viver e sentir as mesmas coisa que eu! Mas olha, dói! Dói muito!

Tudo bem! Já falei sobre o que me aflige, porém, só desabafar não vai resolver o problema, certo? (me ajuda rs) Quais atitudes vou tomar em relação a isso?

Primeiro de tudo: marquei um horário na escola para entender melhor essa dinâmica, afinal, eles sabem melhor do que eu como ela e os amigos se comportam, também se os amigos em questão, estão passando por um período mais difícil (isso é muito importante identificar viu gente?), como solicitei o agendamento hoje, ainda não tenho o feedback da escola e não posso falar sobre, mas tem algo que posso fazer e vai refletir muito em toda vida da Manu: TRABALHAR SUA AUTO-ESTIMA!

Realizar este tipo de trabalho com ela faz total diferença, pois com a auto-estima baixa, ela aceita que não é boa o suficiente, capaz o suficiente, inteligente o suficiente,... e por ai vai!

Enfim, vamos ver o que o futuro nos guarda e enquanto isso, vou mostrar pra minha Coisinha o quanto ela é incrível e que quem não á ama, não á merece!


Até mais!


Roberta Marques
"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir!"



segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Sobre amar o próximo filho...

Como minha maternidade começou do avesso, amar minha segunda filha foi facílimo, mas com minha terceira filha as coisas começaram um pouco diferente...

Tinha medo de não amar a Helena igual eu já amava a Manuela, afinal era tanto amor que eu realmente não conseguia entender como seria possível amar outro filho da mesma forma. Tantas coisas passavam pela minha cabeça e eu me sentia muito culpada por pensar desta forma sabe?

Mas o tempo foi passando e finalmente entrei em trabalho de parto! Estava acontecendo e não dava mais pra esperar, era tudo ou nada! E então ela nasceu e com apenas alguns segundos de vida me ensinou que amor de mãe não se compara e nem se divide, amor de mãe se MULTIPLICA!


Se você assim como eu sente medo de não conseguir amar o próximo filho da mesma forma, não se preocupe, o amor acontece e do nada você vai rir disso tudo em pouquíssimo tempo! Hoje eu não consigo imaginar minha vida sem meus amores.

O amor não se explica. A gente ama e fim!



"nosso amor é como o vento: não posso ver, não posso tocar, mas posso sentir"


Até mais!


Roberta Marques